28 julho 2009

Retratação

Como eu exagerei no texto abaixo (preciso praticar a arte de ser sucinta), posto o desenho mais kitsch e fascinante da Disney com a Pixar, uma forma de desculpas. Em um futuro próximo eu faço uma resenha para ele.

Wall-E


27 julho 2009

Brasil, o país do... vôlei?

Brasil conquista a Liga Mundial de Vôlei Masculino. A notícia presente no cantinho esquerdo dos principais sites jornalísticos gerou comentários que variam de "Conta uma novidade" até muitos "Tá, agora deixa eu ver o jogo do corinthians". Como boa corinthiana, prefiro observar os comentários daqueles que não se surpreendem mais com esta seleção de tantas vitórias e tão pouco reconhecimento.
Desde criança não entendo o motivo da supervalorização do futebol e o descaso com o vôlei. Quando pequenos, ouvimos o discurso sexista que futebol é coisa de menino e vôlei de menina, e qualquer um quebrasse essa "regra" era considerado um gay em potencial, embora eu tenha sido sedentária o suficiente para não praticar nenhum esporte) No meu caso, desde a final em 99, onde a seleção ficou com o Bronze, fui considerada "esquisita" por torcer excessivamente para o vôlei masculino ao mesmo tempo que desprezava o futebol. Quando em 2002 a seleção perdeu para a Rússia na final da Liga Mundial, tive que aguentar muitos comentários maldosos, com uma resposta do tipo "você também é brasileiro, idiota" engasgada na garganta.
Traumas a parte, neste domingo conseguimos o octagésimo título, e o máximo que a imprensa conseguiu dizer é: "parabéns, vocês se igualaram à Itália". Quem achar que se trata de alucinação minha pode confir o ínicio da reportagem da Folha de S. Paulo sobre o título conquistado:

"Fazia um ano e sete meses que o Brasil não via sua seleção masculina de vôlei dando um peixinho conjunto em quadra (...) A seca de títulos... ".

Seca? Em um ano onde só participamos de duas competições, não subir ao pódio pode ser considerado seca? Acredito então que a seleção de futebol esteja na seca de uma copa do mundo. Imagine quantos países se encontram na seca deste tantos torneios por aí.
Meu problema com a imprensa é que, neste caso, nem o Grupo Uol nem a Globo tiveram atenção quanto a esta final, onde não editaram nem mesmo as aspas dos entrevistados. Todos deram mais destaque ao clássico Corinthians e Palmeiras. No caso do Estado de S. Paulo, o jornal até se esforçou em fazer uma retrospectiva de vitórias da seleção no site, talvez para justificar a porque da conquista do título não ter espaço na página inicial do jornal impresso.
Quando leio estas reportagens, parece que ainda ouço aqueles menininhos da oitava dizendo que ainda preferem o futebol que é pentacampeão de um campeonato que acontece de 4 em 4 anos e etc. O fato de termos 14 medalhas durante estes 19 anos de torneio (mais do que a própria Itália) não foi mencionado nenhuma vez, e as reportagens mais repentem a mesma cobrança e culpa de 2008. Ainda me lembro da voz de Galvão Bueno que parecia vibrar com a derrota culpando o time, chamando-o de fraco e despreparado para uma competição. Tudo bem, a opinião de Bueno não é referência, mas foi esse sentimento de decepção que a mídia disseminou.
É claro que a cobertura da imprensa na vitória também incita o espírito nacionalista brasileiro. Foram ressaltados pontos importantes como o jogo ter sido fora de casa, em um momento de transição de jogadores, surgindo uma nova seleção com novas experiências, afinidades e expectativas. Porém fica a pergunta: caso estes "novatos" tivessem perdido, esse argumento seria válido? Por que às 15h30 a notícia já não está em primeira página?
Enfim, mesmo sem reconhecimento o vôlei consegue se superar a cada ano. O importante neste esporte é o entrosamento, e não interessa se temos um fenômeno ou algum jogador que ganha 65 milhões de euros. Bernardinho não será demitido se perder uma Liga ou uma Copa. Para estar nessa seleção é necessário ter raça. Virar um jogo e ganhar fora de casa no Tie break (para os leigos, é como disputa nos pênaltis). Se daqui a alguns anos o Brasil não for só o país do futebol e sim de muitos outros esportes, tenho certeza que estaremos no pódio. Enquanto isso, fica aqui minha torcida e os meus parabéns.

21 julho 2009

A primeira vez...

Minha primeira postagem, no meu primeiro blog. Foi necessário pensar muito sobre como e porquê fazê-lo. Sondar, vasculhar outros blogs, "ah isso é legal", "ah isso não é", "isso jamais". Não sou poeta como Maitê, nem engraçada como LM, tão pouco genial como Bazan, e ainda não adquiri capital simbólico suficiente para ter um tom de blog noticioso. Mas ainda assim é um blog meu, do jeito "Fernanda de ser", seja lá o que isso signifique.
Me divirto com toda essa atmosfera de jornalista. Ok, lead, vamos direto ao assunto. Como acrescento essas coisinhas? Coloco essa frase? Esse assunto de novo? Quando vou postar novamente? Quantos caracteres tem isso? Não escreva em primeira pessoa! Em busca das palavras certas, escrever, escrever, escrever.
Acredito que já havia passado o tempo de começar a escrever em um blog. Por enquanto, essa vida de quase-jornalista me dá uma certa segurança, principalmente quando estou de férias da Cásper. Mas, e quando tudo isso acabar? Olharei para o céus e perguntarei "E agora, José"?!
Talvez não. Eu gosto de escrever, caso contrário faria Engenheira. Pelo menos paga melhor, sem essa rotina tão caótica, e não tem tochas e estacas apontadas para mim. Fato é que postarei fotos, textos, trabalhos e imagens diversas, sobre assuntos que realmente me fascinam: cinema, música, livros, comportamento, cotidiano, música, economia(?), música e música. Isso sou eu, acrescido de pensamentos extremamente confusos. Complicada assim.
O que eu quero? Para começar, uma casa no campo. Paciência, tranquilidade, amor, realizações, aprendendo com tudo isso. Que eu não seja uma voz sozinha na multidão, mais livrai-nos de todo mal.
Amém. =)

 
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