02 janeiro 2010

Sonhos, filmes, felicidade

"Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada
por mais que esteja errada"

Todo ano é a mesma coisa. Novos sonhos, novas esperanças, uma nova chance de fazer as coisas certas desta vez. Nestas pequenas férias nas quais muitos se encontram no final de ano, três filmes que eu "superrecomendo" fizeram muito bem seu papel de lavar a alma e fazer refletir sobre pessoas, sonhos e principalmente felicidade. Dois deles passaram na tv aberta e um ainda está em cartaz no cinema.

À Procura da Felicidade (The Pursuit of Happyness, 2006) é um daqueles filmes que te garante algumas lágrimas. Resumidamente, Will Smtih é um homem que, abandonado pela esposa, passa por um processo de estágio sem remuneração e enfrenta todo o tipo de dificuldade para conseguir um emprego de corretor. A principal mensagem, obviamente, é que a felicidade sempre será algo a ser conquistado, nunca é de graça. Deixa aquele sentimento: será que sou feliz? O que preciso pra ser feliz? Bem, seja qual for sua resposta, é uma boa pergunta para se começar o ano.

O segundo filme, segue a mesma linha de correr atrás de um sonho. Pequena Miss Sunshine (Little Miss Sunshine, 2006) é delicado, "engraçadinho", contagiante. A história de uma família neurótica, com diversos problemas, mas que se une enfrentando de tudo pelo sonho da pequena Olive. Este filme analisa não só a busca por um sonho, mas como a união faz a força, por mais piegas que isto pareça. Me lembra o conselho de um amigo que sempre me diz que ninguém consegue ser sozinho no mundo, todos precisamos uns dos outros. Ainda assim, a maior lição de todas em minha opinião é que os verdadeiros perdedores são aqueles que nem ao menos tentam. Voltamos à corrida pela tal felicidade de novo.

Por último, e sintetizando tudo isto, recomendo à crianças e aos mais crescidinhos a nova animação da Disney, A Princesa e o Sapo (2009). Em uma brilhante retomada aos contos de fada o desenho encanta, e como todo bom clássico, dá uma lição diferente do "esperar uma mágica", é o fazer a sua mágica. A princesa a la cinderela trabalha duro por seu sonho, abre mão dos prazeres da vida para juntar dinheiro e realizar seu desejo de abrir um restaurante, algo do tipo "me sacrifico agora para ser feliz depois". Enquanto isso, o príncipe (que mais parece aqueles malandros dos anos 30), só quer saber de farra, festas, botecos, barzinhos, enfim, você entendeu. Juntos, os personagens mostram que a tal da "felicidade" está em um meio termo das duas maneiras de encarar a vida. E, se me permitem uma observação, vale a pena pela trilha sonora.

O fato é que 2010 tá aí. Olho pra ele e começo a traçar os planos, tentando responder à pergunta sobre o que me falta para ser feliz, o que afinal é a vida. Na dúvida, eu fico com a pureza das respostas das crianças: é bonita, é bonita e é bonita.

28 dezembro 2009

Nada como ficar sozinho em casa...


21 dezembro 2009

Balanço 2009

Shows perdidos em 2009..........3 (Faith no More, Sonic Youth, Killers)
Empregos novos............................1
Celulares perdidos.......................Nenhum (pela primeira vez em 4 anos)
Festas da Cásper.............................Nenhuma (nerd maldita)
Exames............................................1 (Português, pra variar)
CDs Comprados...............................1 (Hole, tava na promoção)
Novos amigos..................................1 (Bia ^^)
Novos inimigos................................2 (não conto nem ferrando)
Chapéu novo......................................2
Amizades perdidas e depois encontradas.....................1
Crises existenciais....................................1.886.954.362.985³
Twitter..........................................................1
Blog...............................................1 (este em que vos escrevo)
Namorados.....................................1 (e ainda estou com ele!!)

É possível perceber assim um saldo positivo nas contas de 2009, com boas perspectivas para o próximo ano. ;)

11 dezembro 2009

Era uma vez...

Era uma vez uma moça que morava em uma casinha simples com seus pais e sua irmã. Ela trabalhava, estudava, dava combalhotas, enfim, fazia de tudo para sobreviver. Até que um dia ela encontrou um jovem príncipe que tranformou a vida dela aos poucos. Na verdade, esse príncipe não chegou em um cavalo branco (ele nem mesmo tinha um cavalo), mas escondia um grande segredo. A jovem e o príncipe então começaram uma grande amizade, porém o segredo do príncipe, que inicialmente impedia a mocinha se apaixonar por ele, fez crescer ainda mais o carinho entre os dois até o dia em que ambos se viram apaixonados um pelo outro, algo que ninguém poderia explicar.
Passado alguns meses, depois de muitas brigas e do Reino Casperiano inteiro saber do amor dos dois, o príncipe finalmente tomou coragem e pediu a mão da jovem em namoro. Ele não prometeu felicidade eterna, afinal, ele tem o grande defeito de ser humano (um dos mais complexos por sinal). Porém, ele é o único que faz a jovem se sentir uma princesa, oferecendo-lhe amor, carinho e atenção.
Essa história não tem bruxas, madrastas más, monstros, a não ser os próprios fantasmas que cada um carrega consigo, e não será como magia que a vida dela se transformará em conto de fadas, mas sim com muito suor, dor, alegrias e tristezas. Ninguém sabe ainda se eles viverão felizes para sempre, mas como diria o poeta: "que seja eterno enquanto dure". Já durou um ano.

Fim???

03 dezembro 2009

A rosa de Hiroshima, a rosa radioativa

Como descrever a tragédia que deixou mais de 140 mil mortos e que até hoje é uma vergonha para a humanidade? O livro Hiroshima, de John Hersey, responde com um retrato preciso e marcante de uma das tragédias mais comoventes do século XX. Entretanto, quem espera encontrar no livro algo melodramático digno de hollywood ficará decepicionado. Com um relato fiel de seis sobreviventes da bomba atômica – um pastor, um padre, uma secretária, dois médicos e uma viúva- Hersey mostra hábitos de pessoas comuns, cuja banalidade do cotidiano foi substituída por uma luta pela sobrevivência. Mais do que um relato sobre a bomba, Hersey fala sobre humanidade, sem precisar contar nada mais do que fatos.

Hiroshima marcou a história como um dos primeiros trabalhos do gênero conhecido como “novo jornalismo” ou “jornalismo literário”. Com esse estilo jornalístico, o autor faz com que a reportagem, de tão extraordinária e completa, se torne muito mais parecida com uma ficção. O leitor viaja até 1945 através de uma apuração consistente, acompanhando junto às personagens todo o sofrimento de um povo através de dados oficiais e não-oficiais, de um trabalho que não é baseado na dor e na morte, mas na luta pela vida em um texto enxuto e direto. Hersey simplesmente anotava tudo que ouvia e via, e por meio da história dos seis sobreviventes, publicou um ano depois a reconstrução do inferno por baixo do cogumelo radioativo.

Com o sucesso da publicação no The New Yorker, John Hersey voltou à Hiroshima quarenta anos depois, concluindo o último capítulo dos hibakushas – como eram chamadas as pessoas atingidas pelos efeitos da bomba. Após a tragédia, estas vítimas passaram a sofrer não só com os efeitos econômicos e fisiológicos que a bomba lhe deixara, mas também com o preconceito do governo e da sociedade.

Após a explosão da bomba atômica era como se todos quisessem esquecer o que aconteceu e começar de novo, mesmo que isso fosse impossível. Até hoje não se tem com precisão quantos foram os mortos, quantos os feridos, mas Hersey dá voz àqueles seis cuja a vida foi moldada após o acidente, seja através do pastor que seguiu a vida palestrando e lutando contra novos teste de bombas nucleares, seja apenas como uma lembrança triste do dia 6 de agosto de 1945.

A visão ocidental das dimensões do que aconteceu nas cidades de Hiroshima e de Nagazaki até hoje é muito vaga, e, de tão triste, parece esconder-se, evita-se comentar. Hiroshima vem para preencher essa lacuna, tranformando dados em algo de fácil acesso, ensinando e entretendo, e, mais que tudo, incentivando a reflexão. Quando a reportagem se aproxima da arte.


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Trabalhos da Faculdade: sempre gratificantes.

28 outubro 2009

Praia de paulistano

Temperatura entre 27 e 32º. Cerca 30 cadeiras de praia enfileiradas em um gramado verdinho, em sua maioria acompanhadas de guarda-sol protegendo aqueles que desejam relaxar à sombra, com direito até a mesinha. Este cenário típico de litoral pode ser encontrado no terraço do Centro Cultural São Paulo, localizado na rua Vergueiro, centro de São Paulo.
Conhecido por sua biblioteca e por ser recanto de todos os tipos de "nerds" (sejam eles jogadores de RPG ou aspirantes à USP), disponibilizou-se o espaço para quem quiser descansar um pouco do ambiente urbano da cidade. A estratégia realmente funcionou: lugares na sombra fresca do guarda-sol são disputadíssimos nos dias mais quentes, e para aqueles que não se sentem à vontade nas cadeiras, o Centro Cultural São Paulo disponibilizou também esteiras entre as cadeiras.
Ao invés de ouvir o som do mar, o público ouve o trânsito da 23 de Maio logo ali atrás. No cenário, nada de oceano ou mata atlântica: apenas a nossa selva de pedra paulistana. Nada que não possa ser resolvido com um bom MP3, sem maresia, sem areia grudando no pé. Paulistana chata sim senhor. Virou minha praia favorita...

20 outubro 2009

Dia do Poeta

Dois dos poetas mais incríveis que conheço:

"Se queres sentir a felicidade de amar, esquece
a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus — ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.

Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.
"

[Manuel Bandeira, Arte de Amar]

"Que minha solidão me sirva de companhia.
Que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Que eu saiba ficar com nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo"
[Clarice Lispector]

 
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